#formasdearte Pintura em tela

A #pintura acompanha o homem desde os tempos pré-históricos é talvez o formato que mais vezes foi modificado ao longo do desenvolvimento da humanidade. Quem estuda a história dessa técnica acaba descobrindo também um pouco sobre os caminhos da tecnologia e da cultura em diferentes épocas.

As primeiras manifestações de pintura podem ser vistas até hoje em sítios arqueológicos. Os desenhos em paredes de cavernas mostram as primeiras iniciativas do homem de transformar a natureza, tanto pela representação quanto pelo uso de elementos naturais, como terra e suco de frutos para pigmentação.

Egípcios e gregos na Era Antiga contaram histórias sobre cerâmica e pedra por meio da pintura. Na Idade Média, o conceito de autoria ainda não existia - pintores eram vistos como artesãos assim como outros que desenvolviam trabalhos manuais.

No entanto, foi nesse período que o estudo das tintas começou a se sofisticar. Temas religiosos no Ocidente ganharam materiais nobres como ouro e o chamado "lápis-lazuli", uma coloração azulada tão cara como o metal dourado. A simbologia torna-se mais complexa para dizer com um detalhe na imagem o que milhões de palavras precisariam contar sobre a cultura, a história e as escolhas dos homens.

No oriente, o nanquim extraído da natureza criou formas elaboradas sobre delicados papeis de arroz. Surge então em algum lugar da Europa a tela quadrada, que com sua mobilidade mudaria o modo como vemos a pintura.

Fora dos ateliês com sua telas leves, artistas renascentistas criaram técnicas de perspectiva olhando diretamente para o mundo - o que lhes deu uma pintura cada vez mais realista. O advento da fotografia no século XIX dá uma nova guinada nesse processo após quase cinco séculos de um modelos consagrado de arte.

O óleo, o pastel e a aquarela passam a retratar o movimento, a luz, realidades fantásticas, formas e ângulos, temas abstratos, o modo de pintar em si. As tintas também  começam a dividir espaço com materiais diversos como recortes de papel e restos de objetos industrializados.

Impressionismo, expressionismo, surrealismo, modernismo... o século XX abriu todas as portas. 

Nos últimos anos, em meio a seus diversos experimentos, alguns artistas voltaram a buscar o realismo pictórico, o chamado hiperrealismo, corrente com desenhos mais detalhados que fotografias. O crescimento do grafite como arte parece formar um ciclo com o começo dessa história, levando a pintura de volta às paredes das cavernas urbanas.

E mesmo a popularização das câmeras digitais parece não dar cabo da pintura. Artistas e artesãos dedicados a telas e outros suportes mantêm serena a tradição, que agora também é hobby e continua a preencher casas e museus.

No Brasil, diversos artistas modernos e contemporâneos usam a tinta, a tela, o movimento dos pinceis, e a própria perspectiva para fazer arte ou simplesmente documentar a história prática e das sensações. 

A questão da moldura passa ser um diálogo com a obra e não mais um adorno, respeitando inclusive quando uma tela ultrapassa o recorte ou mesmo toma para si tanta atenção que dispensa qualquer acompanhamento. 

Escolher a pintura para uma decoração ou coleção nos dias de hoje, portanto, envolve mais que critérios estéticos. A história nos deu uma infinidade de variações de estilo e possibilidades espaciais para esse tipo de técnica.

Nenhuma arte é tão rica nesse aspecto. Nenhuma arte sobreviveu a tanto e com tantas transformações radicais. A pintura, senhores, é uma janela para a vida dos homens.

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